Policiais militares estão sob investigação após a circulação de vídeos que mostram agressões durante o velório de dois jovens mortos em uma ação policial em Bauru, interior de São Paulo. As imagens registradas na última sexta-feira (18) mostram agentes da PM agredindo familiares e amigos dos jovens, gerando indignação e protestos da comunidade local.
Guilherme Alves de Oliveira, 18, e Luís Silvestre da Silva Neto, 21, foram mortos na quinta-feira (17), em uma operação da PM no Jardim Vitória, um bairro periférico de Bauru. Segundo a versão policial, os dois teriam atirado contra os agentes durante uma intervenção e foram mortos no confronto. No entanto, as famílias contestam e alegam que os jovens estavam desarmados.
O velório, realizado no Cemitério Cristo Rei, tornou-se o centro de outra discordância entre os familiares e a atuação de agentes da PM. As imagens mostram que cinco policiais entraram no local e tentaram prender o irmão de Guilherme, alegando desacato. Nilceia Alves, mãe de Guilherme, tentou impedir a ação e foi agredida pelos PMs. Imagens mostram ela sendo arrastada e jogada ao chão, batendo contra um pilar. Amigos e outros familiares que tentaram intervir também foram atingidos com cassetetes.
Reações das famílias
Nilceia relatou que, ao tentar proteger seu filho mais velho, foi sufocada e teve o cabelo puxado. “Estou com a canela roxa por causa de botinadas”, disse à Folha de São Paulo. O filho foi preso e, após atendimento médico, conduzido à delegacia. A mãe conseguiu retornar ao velório apenas quando o caixão de Guilherme já estava sendo retirado. Ela disse que pediu para que o filho preso pudesse ao menos se despedir do irmão, mas o pedido foi negado.
A violência no velório gerou forte reação na comunidade. Neste domingo (20), moradores do Jardim Vitória organizaram um protesto na rodovia Castelo Branco, bloqueando a via e reivindicando justiça. Balões brancos foram soltos em memória dos jovens, enquanto a polícia dispersava o protesto.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a “Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos policiais envolvidos e adotar todas as medidas cabíveis”.
O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Bauru como morte decorrente de intervenção policial, tráfico de drogas e tentativa de homicídio. No entanto, as versões dos envolvidos divergem, e a investigação deve seguir para esclarecer as circunstâncias da morte dos jovens e a conduta dos policiais no velório.
Edição: Geisa Marques
ah nao, nao precisa de justificativa pra PM bater em alguem
minha parada é com relação ao velório, acho q nunca tinha visto a PM invadindo um velório pra bater nas pessoas lá, achei bizarro, mas marca mt bem o tempo q estamos viveno
claramente a burguesia ta com mt medo da rebelião